O professor não ensina, mas
ajuda o adulto a aprender.
Não podemos nos esquecer de que
o adulto tem melhores condições de aprender desde que suas aspirações e
expectativas sejam atendidas. Para tanto é preciso despertar-lhe motivação.
Assim sendo, podemos afirmar
que Andragogia é a ciência que tem por finalidade facilitar a educação de
adultos.
Etimologicamente a palavra
Andragogia é formada do grego Andrós (homem) e Ágo (conduzir).
Difere, por aspectos
metodológicos, da Pedagogia que consiste em orientar a educação de crianças e
jovens.
Enquanto a Pedagogia ensina
(instrui) as crianças a aprender, a Andragogia auxilia (ajuda, facilita) os
adultos a aprender.
Através de procedimentos
andragógicos mais se evidencia que o professor não ensina os adultos, mas
ajuda-os a aprender.
Assim sendo, podemos afirmar
que os adultos devem estar motivados para aprender baseados nas suas próprias experiências, necessidades e interesses.
Levando em consideração de que
a educação de adultos é uma aprendizagem centrada na vida,
podemos entender que a programação a ser desenvolvida não deve ser pré determinada.
O docente com preparo
andragógico, apresenta muito mais condições de ajudar os adultos a diagnosticar as suas próprias
necessidades de aprendizagem e, saber criar condições que o motivem a aprender.
O planejamento do trabalho deve ser feito com eles, para
certeza de que produzirão os resultados desejados.
Ao selecionar métodos e técnicas eficientes para o desenvolvimento do seu trabalho
não pode se esquecer de fornecer os recursos
(humanos e materiais) necessários.
Para que os objetivos sejam atingidos o
docente deve auxiliá-los na autoavaliação dos resultados da aprendizagem.
Observações: quando um docente
vai trabalhar com adultos deve apresentar algumas condições que podemos considerar
indispensáveis. Assim, deve ter consciência de como pode, construtivamente,
ajudar o adulto.
Sabendo que o adulto estuda,
para aplicação imediata desses conhecimentos em sua vida, é importante que o
docente procure estar bem informado
de como se encontra o mercado de trabalho.
É sempre após muita reflexão,
que um adulto decide iniciar ou retomar os seus estudos. Por isso o docente
deve estar ciente do seu importante
compromisso para trabalhar e
ajudar pessoas não treinadas.
Sabendo que o planejamento deve
ser feito em conjunto com o treinando, o docente especializado em trabalhar com
adultos, deve estar permanentemente
aberto às mudanças para poder se adaptar às necessidades deles.
Deve conhecer, não só os conteúdos do que apresentar, mas
principalmente aspectos relacionados
com a profissão e com as pessoas,
para saber das suas expectativas.
Sabendo que os seus alunos
são pessoas adultas, o docente deve estabelecer, no ambiente de trabalho, atmosfera favorável de aprendizagem,
dando informações úteis e práticas para uso no dia a dia, variando, conforme se
fizer necessário, as técnicas de trabalho, e distribuindo tarefas conforme a
capacidade de cada um.
Enfim, o docente no processo da educação de
adultos exerce o papel de quem auxilia,
orienta, encoraja, aconselha e serve, opondo-se
àquele que simplesmente transmite,
disciplina, julga e age autoritariamente.
Seu objetivo fundamental é
ajudar pessoas a crescer em sua capacidade de aprender ou seja, ajudá-las a
amadurecer.
A fim de desenvolver bem o seu
trabalho, os docentes que se ocupam de orientar adultos devem se preparar,
muito bem, em todas as etapas das suas funções.
Na introdução não pode se esquecer de conscientizar o adulto
para aprender de acordo com sua capacidade individual.
Na apresentação deve assegurar condições para que o adulto,
informado, possa desenvolver o seu trabalho.
Na aplicação deve encorajar a prática através da execução
repetida dos elementos da tarefa.
No acompanhamento deve proceder sempre a avaliação do trabalho
realizado, a fim de manter os padrões de eficiência.
A Educação de adultos é o
instrumento pelo qual as habilidades podem ser aperfeiçoadas. Por isso, ela
deve concentrar-se mais na estrutura da informação e no desenvolvimento
planificado das categorias da compreensão.
A informação que se oferece no
processo da educação de adultos é mais um meio auxiliar de compreensão e
integração do que propriamente conhecimento adicional.
Atenção: os adultos são, quase sempre, alunos voluntários e
simplesmente abandonam experiências de aprendizagem que não os satisfaçam.
É preciso, pois, ter-se em
mente que a vontade de aprender
dos adultos depende, essencialmente, dos conteúdos que forem encontrados no programa, seja por sua utilidade, seja pela adequação a seus propósitos e necessidades.
A Andragogia tem sua
premissa básica calcada em quatro suposições:
1ª O aprendiz adulto evolui, de
um estado de personalidade dependente
para uma situação de auto direção.
2ª Ele acumula experiências que se tornam uma
fonte, cada vez maior, para a sua aprendizagem.
3ª Sua disposição para aprender orienta-se, progressivamente,
segundo as suas necessidades e,
4ª A perspectiva do aprendiz
adulto passa a ser de aplicação
imediata. Sua orientação com respeito à aprendizagem, deixa de ser centrada
no conteúdo de programas para basear-se na solução
de casos reais.
A Andragogia dá ênfase ao
envolvimento do adulto num processo de diagnóstico
das próprias necessidades de aprendizagem, ajudando-o na avaliação de suas dificuldades frente às exigências do que é
indicado pelo modelo de desempenho.
A participação dos adultos no
planejamento de suas atividades é elemento
básico. O docente é orientador
do processo e fonte
disponível de informação.
A prática Andragógica considera
o processo ensino aprendizagem,
de responsabilidade tanto do
docente quanto do discente. Parte do princípio de que o docente não pode
realmente ensinar no sentido
de fazer uma pessoa aprender, mas pode ajudar alguém a aprender.
Evidenciando de que a experiência é o livro texto vivo do aprendiz
adulto, certamente que o
desempenho docente tende a melhorar desde que ele consinta que o aprendiz “avise” quando o processo
estiver sendo prejudicado pela sua excessiva
intervenção.
Assim sendo, podemos considerar
a Educação de adultos como uma
aventura cooperativa,
mediante aprendizagem não formal,
não autoritária, eminentemente participativa,
cujo propósito é descobrir o significado da experiência.
Os adultos tendem a oferecer
resistência à aprendizagem em condições
incompatíveis. Eles têm necessidade
de serem tratados com respeito,
de tomarem suas próprias decisões
e de serem vistos como gente.
Tendem a evitar e ou opor-se a
situações nas quais se sintam tratados como crianças: mandados ou desmandados,
subservientes, postos em condições embaraçosas, julgados e punidos.
Um dos papéis a ser
desenvolvido pela capacidade e competência do docente é transformar as
necessidades individuais do adulto em objetivos educacionais
É dinâmico o ambiente em que se
processa a educação de adultos, no qual as mudanças são constantes e onde o
aprendizado, não é um fim em si mesmo, mas um meio para serem alcançados os
objetivos individuais, organizacionais e comunitários.
O cuidado do docente na orientação dos alunos adultos é uma
grande lição de amor ao próximo.
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