Darbí
José Alexandre
(do meu livro: A Arte de
Ensinar e Aprender)
Após o lançamento do meu livro:
Educar... Um ato de amor tinha como objetivo percorrer escolas para, em
conjunto com outros educadores, trocar ideias sobre uma nova visão para a
escola do século XXI.
No entanto,
poucas foram aquelas que tiveram coragem de abrir as suas portas para um
diálogo franco.
É muito
fácil dizer não às ideias
novas. Afinal, ideias
novas provocam
mudanças. É sempre muito mais fácil fazermos como sempre fizemos.
Ideias novas são repelidas no mundo
inteiro. São derrubadas por pessoas que acreditam que o futuro é uma simples
continuação do passado.
As pessoas
sempre têm resistido às mudanças. O que será que nos impede de ver, aceitar e
compreender ideias
novas?
O que nos impede de aceitar ideias novas tem a ver com a questão dos
paradigmas.
Paradigma significa: padrão ou modelo.
São conjuntos de regras e regulamentos que fazem duas coisas: estabelecem
limites e, como ter sucesso dentro desses limites.
Os paradigmas agem como filtros que
retém dados que vem à nossa mente. Os paradigmas filtram as experiências que
chegam.
Constantemente selecionamos do mundo
somente o que nos interessa e procuramos ignorar o resto.
O que pode ser perfeitamente óbvio para
uma pessoa com um determinado paradigma pode ser totalmente inaceitável para
outra com um paradigma diferente.
O efeito paradigma pode nos cegar para
novas oportunidades.
Como lidamos com paradigmas o tempo
todo, nossas regras e regulamentos nos impedem de evoluirmos para o futuro.
Muitas vezes erramos nas nossas
decisões porque os nossos paradigmas nos impedem de ver as mudanças que estão
ocorrendo. Os paradigmas influenciam no modo como todos nós vemos e entendemos
o mundo.
Muitas vezes, por causa dos nossos
paradigmas, não conseguimos ver as coisas certas. Isso acontece porque
distorcemos os fatos para ajustarmos os nossos paradigmas a eles.
Quando um paradigma muda, todo mundo volta à zero em relação
a ele. O seu
sucesso passado não garante nada. E é isto que dificulta a mudança de
paradigma.
Vejam este exemplo: a nação que
dominava o mundo da relojoaria em 1968 era a Suíça. Detinha 65% do mercado
mundial. Dez anos depois a fatia de mercado havia caído para menos de 10%.
Nos anos seguintes, os empresários
suíços tiveram que demitir cinquenta
e cinco mil dos sessenta e cinco mil relojoeiros.
Hoje, a nação que domina a relojoaria
do mundo é o Japão.
Em 1968 eles não tinham, virtualmente,
nenhum mercado.
Como puderam os suíços, que dominavam o
mercado de relógios durante o século XX inteiro, ser tão rapidamente
derrotados?
A resposta é muito simples. Eles
voltaram à
zero com a mudança de paradigma. O relógio mecânico foi substituído
pelo relógio a quartzo.
Seu passado não garante nada no futuro
se houver a mudança de paradigma.
Os paradigmas afetam, dramaticamente,
os nossos discernimentos e nossas tomadas de decisões influenciando as nossas
percepções.
Estou certo de que, se quisermos tomar boas decisões para
o futuro precisamos ser capazes de identificar os nossos paradigmas e estar
prontos para ir além deles.
Observações básicas:
1- paradigmas são comuns. Nós
os temos em todos os aspectos da vida, sejam eles: pessoal, espiritual ou
social.
2- paradigmas são úteis. Eles
nos mostram o que é importante e o que não é. Concentram a nossa atenção e isso
é bom.
3- às vezes o seu paradigma
pode se tornar “o paradigma”. O único modo de fazer uma coisa.
Quando você depara com uma ideia alternativa, você a rejeita de
imediato. Mas isso pode levar a uma disfunção que é conhecida como paralisia
de paradigma.
Essa é uma doença fatal de certeza e é
fácil de contrair e há muitas instituições que já foram destruídas por ela.
Como o caso da indústria Suíça de relógios, em 1968.
Em qualquer empresa, aqueles que dizem
que não dá para fazer devem sair do caminho daqueles que estão fazendo.
Normalmente as pessoas que criam novos
paradigmas costumam ser “gente de fora” da comunidade do paradigma. Mas podem
ser jovens ou idosos. Mas fica claro que elas não estão amarradas ao velho paradigma.
Se você quiser encontrar novos
paradigmas deverá olhar além do centro para as bordas porque quase sempre as
novas regras são escritas nos limites.
A pessoa que abraça o novo paradigma
logo no início, muitas vezes, precisa fazer desafiando as provas oferecidas.
Ele precisa ter fé que o novo paradigma terá sucesso apesar dos muitos
problemas que vai enfrentar. Uma decisão desse tipo só pode ser
tomada com fé, acreditando. Os sinais do verdadeiro pioneiro do paradigma são:
a grande coragem e a confiança nas suas ideias.
Os seres humanos são geneticamente
programados, com uma só maneira de ver o mundo. Você pode decidir jogar fora um
velho paradigma e adotar um novo. Decidir ver um mundo diferente.
Estou
otimista quanto ao futuro. O que hoje é impossível fazer na sua empresa, na sua
escola, mas se pudesse ser feito mudaria radicalmente o que fazem? Pensem bem.
Façam esta pergunta regularmente.
A
resposta a essa pergunta os levarão aos limites dos seus paradigmas. Nesses
limites poderão ver os próximos paradigmas chegando. O que é impossível hoje
pode ser o padrão amanhã.
O seu
desafio é fazer com que isso aconteça e estar pronto para ser o próximo. Nos
próximos anos muitas coisas serão oferecidas para nós. Se tivermos
flexibilidade de paradigmas, o que ouviremos serão oportunidades. Se tivermos
paralisia de paradigmas, o que ouviremos se parecerá mais com ameaças. A
escolha será nossa.
Estamos falando da antecipação do futuro. Às
vezes as pessoas ficam assustadas com o futuro e perguntam como vamos enfrentar
todas essas mudanças? As respostas a essas perguntas poderão ser encontradas
olhando para os nossos tataravós. Eles lidaram com mudanças tão profundas como
as que estamos atravessando. Logo, embora às vezes o futuro se pareça grande
demais, muito assustador, nós como seres humanos demonstramos, repetidamente,
habilidades para lidar com essas mudanças de paradigmas. Sempre haverá outra
solução para os problemas. Sempre haverá outra porta para atravessar e chegar
ao futuro.
E é com base nestas informações
que nos propomos a sugerir a mudança de
paradigma para a escola deste novo século.
A Escola deste novo século deverá ser a
escola da solidariedade e da formação humana. A escola onde alunos e
professores, de mãos dadas, caminharão rumo ao conhecimento, à construção de
uma formação humana sólida, na qual a tônica dominante será o respeito às
habilidades e características individuais em uma convivência coletiva. Aprendendo
a aprender uns com os outros poderemos construir um mundo melhor. Neste novo
século a escola precisará enxergar o aluno de maneira diferente. Precisará
conhecê-lo para estender-lhe a mão. Precisará também aceitar os novos desafios
e participar, junto com eles, das novas e grandes descobertas.
A Escola
deste novo século terá como missão possibilitar ao aluno descobrir-se sujeito
da própria ação, assumindo assim a sua identidade que estará longe de ser
egocêntrica. Deverá, antes de tudo, conduzir o aluno a perceber-se no outro e,
assim, conviver num ambiente de respeito e solidariedade.
O papel da
escola será muito mais difícil, pois não priorizará, estática e mecanicamente,
a reprodução de conteúdos enciclopedistas, verdades absolutas, inquestionáveis
e sim, o de conduzir o aluno a perceber-se um verdadeiro autor,
verdadeiro cientista. Aquele que procura, que questiona, que
investiga, que pesquisa, que compara, que reflete, que age, que se reconhece
como ser pensante e atuante.
Essa nova
escola que propomos deverá ser a escola do resgate do valor humano, da
solidariedade e da construção de um mundo melhor, no qual o conhecimento será o
parceiro do homem.
MUITO BOM!! MAS NA MINHA OPINIÃO
ResponderExcluirDO PASSADO EU GOSTARIA DE RESGATAR PRIMEIRO O RESPEITO E O TEMOR DE DEUS POIS SEM ISSO NÃO HÁ SOLIDARIEDADE E NEM CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO MELHOR.
QUANTO MAIS SE PENSA QUE ESTÁ ADQUIRINDO CONHECIMENTO MAIS LONGE ESTÁ DA VALORIZAÇÃO HUMANA
Á UM DITADO POPULAR QUE DIZ `` O POUCO COM DEUS É MUITO!
E O MUITO SEM DEUS É NADA .