A palavra ética é derivada do termo grego êthê, que
significa costume. Na linguagem moderna o adjetivo ético designa “qualidade de
ser”.
Ética profissional é o conjunto de princípios que
regem a conduta funcional de uma determinada profissão, isto é, são normas de
conduta em cada profissão.
Toda profissão tem sua ética ou sua moral
valorizada, de um modo ou de outro, pelos diversos profissionais. Se a
profissão é transformada em missão - como é o caso do professor – então essa
ética profissional atinge nova dimensão em que só o adestramento não é
suficiente para a sua realização.
O código de ética envolve: a moral, o caráter, a
conduta e outras qualidades que todo profissional precisa ter.
O sucesso de um professor depende de suas boas
qualidades pessoais. Além das qualidades inatas podemos adquirir outras,
procurando um aperfeiçoamento cada vez maior do nosso eu.
Assim, diria a todos que algumas qualidades são
essenciais para que possamos trilhar os caminhos da nobre missão que escolhemos
para nossas vidas.
Entre elas, destacamos: a inteligência e o bom
senso. O professor que não for capaz de raciocinar logicamente, de resolver
problemas, dificilmente poderá ser um bom professor. Deve ser criterioso e
sensato procurando não se afastar da realidade e metódico para não deixar o caminho
aberto para a indisciplina, conflitos e desordem,
Além destas qualidades
intelectivas, o bom professor deve apresentar outras que passo a lembrar:
-
Honestidade: – compreendida na sua acepção mais ampla,
a honestidade abrange todos os momentos e situações de nossa vida. Não há
maneira de ensinar mais forte e suave do que pelo exemplo. O professor deve
procurar o verdadeiro significado da palavra honestidade e divulgá-lo entre os
seus alunos.
-
Sinceridade: – devemos demonstrar a todos que as nossas
palavras e ações correspondem sempre, exatamente, às nossas convicções e
sentimentos.
-
Coragem: – devemos ser sempre corajosos, sem
vacilações, colocando acima das paixões, os nossos sentimentos de justiça.
-
Boa postura é
também um fator de autoridade. Um professor de aparência abatida, tímido ou com
mau aprumo físico, pouco respeito conseguirá dos seus alunos. Confie em si
próprio resolvendo os problemas de sala de aula com o mínimo possível de
assistência de seus superiores. Não deixem que os outros resolvam o “caso” para
você. O que lhe compete, você tem a responsabilidade de fazê-lo.
-
Transigência: – Sendo tolerantes com os outros
poderemos admitir e reconhecer os nossos próprios erros, sem perder a
dignidade. A transigência é a característica de uma personalidade bem formada.
-
Serenidade: – o bom professor deve dominar o sentimento
de cólera, de irritação ou de parcialidade. Ele deve conservar a calma em todos
os momentos. Quem não se desorienta, consegue ser bem visto.
Além destas, o bom
professor deve apresentar algumas qualidades psicológicas, sem as quais não
conseguirá se realizar através do seu trabalho. Entre elas destacamos:
-
Personalidade: – deve imprimir nas suas ações e
palavras, a marca do seu caráter.
-
Espírito de iniciativa: – é a coragem a serviço da
inteligência e da imaginação. Aquele que não tem coragem de inovar, de abrir
novas rotas, de encontrar soluções novas para uma vida melhor nunca será um bom
professor.
-
Empatia: – é a qualidade preciosa para se compreender
as dificuldades e deficiências dos outros.
-
Espírito de justiça: – o bom professor deve ser justo e
imparcial para colocar-se à confiança e ao respeito dos seus alunos.
-
Espírito de solidariedade: – para abrir o campo da
perfeita compreensão, colaboração e auxilio mútuo entre os seus alunos.
Marque a sua presença no trabalho pelo entusiasmo.
Ele é contagiante. Passa rapidamente de pessoa para pessoa, principalmente do
professor para o aluno.
Não espere de braços cruzados. Busque os meios para
preparar os seus recursos instrucionais. Os mais simples, às vezes, tornam-se
os mais eficientes.
A melhor maneira de obter bons resultados dos alunos
é: sendo amigo, tendo tato, sendo sincero e cortês. Seja simpático à sua
maneira, mas seja verdadeiro.
Esteja sempre pronto para colaborar desinteressadamente.
Quem assim procede sempre é recompensado.
Em suas aulas, fale de modo a ser ouvido, mas não
grite. Falar baixo distrai o aluno e muito alto, aborrece-o Procure o tom ideal
para o lugar onde se encontra.
Assiduidade e pontualidade são qualidades que os
alunos observam muito nos professores. É muito difícil para o aluno ir à escola
e tomar conhecimento que o professor faltou. Portanto, mantenha as suas boas
condições físicas e mentais. Não falte por banalidades. Comece e termine as
suas aulas na hora certa. Se possível avise, com antecedência, a sua falta para
possibilitar providências a tempo.
Cumpra, à risca, as normas e regulamentos da
entidade onde trabalha. Os alunos percebem quando o professor não as cumpre.
Este mau exemplo é depois seguido por eles, em prejuízo do próprio professor.
Os resultados são desastrosos.
A lealdade é uma das características que mais admiro
no ser humano.
Nas qualidades do professor, a aparência pessoal
assume um aspecto muito importante. A tendência dos alunos é sempre imitar o
professor que muitas vezes passa ser seu ídolo. O baixo salário e a pobreza não
justificam o desmazelo.
Conheça-se a si mesmo. Aperfeiçoe-se e garanta o seu
sucesso pessoal.
O professor deve dar o exemplo exigindo, ao mesmo
tempo, que os alunos o imitem, portanto nunca usem linguagem profana ou
obscena,
Muitas pessoas galgam posições melhores, à custa dos
esforços de outros, porém, quando conseguem não se mantêm por muito tempo,
Como professores nós somos exemplos para os nossos
alunos. Não devemos procurar favores para nós, prejudicando os nossos colegas,
Devemos usar
o nosso valor se desejarmos melhorar a nossa posição pessoal,
Nunca devemos espalhar boatos. Ele é sempre perigoso
e prejudicial às pessoas e à organização. Podem causar resultados desastrosos
aos que o inventam e abatem a moral de todos. Como exemplo, podemos lembrar o
caso da Escola de Base, cujos proprietários foram acusados de algo que não
fizeram. Eles foram inocentados, mas a escola foi destruída e, nunca mais se
reergueram,
Não devemos fazer comentários desairosos sobre as
pessoas. Quando assim procedemos seremos malquistos pelos outros e ninguém
confiará em nós,
Em assuntos oficiais nunca devemos quebrar a
hierarquia. Devemos seguir sempre os canais competentes. Façamos sempre as
comunicações e solicitações através das nossas chefias. Isto não nos impede de
dar sugestões para a melhoria do trabalho escolar,
Algumas pessoas são muito zelosas de crenças e
ideologia política. Portanto, não devemos fazer comentários religiosos ou partidários
para não correr o risco de ferir suscetibilidades.
Isto não nos impede de falar da importância da
política e de que política é a ciência do governo dos povos, a arte de dirigir
as relações entre os estados. Assim sendo, não se pode entender a política como
coisa cheia de discursos, promessas de eleições e muita sujeira. Temos que
falar que pela política um povo pode alcançar a riqueza ou permanecer na
pobreza, melhorar a educação ou ter a falta dela, enfim ser feliz ou continuar
infeliz.
É evidente que somos livres de nos preocuparmos ou
não com a política e os políticos, mas será que temos a consciência das consequências
que essa passividade pode ocasionar?
Muitos afirmam que os políticos são pessoas de mau
caráter, mentirosas e enganadoras. Os políticos que assim agem não são políticos,
e sim politiqueiros, isto é, empregam processos menos corretos de fazer
política. São partidários, na verdade, da política mesquinha e de interesses
pessoais.
O verdadeiro político é aquele que trabalha para a
comunidade e coloca os negócios públicos acima dos seus.
Pensando bem, pode-se afirmar que muitos dos grandes
homens que são admirados foram políticos ou célebres pelas consequências
políticas de seus atos. Grandes homens sempre têm atividade política, estejam ou
não pensando nisso.
Viver resignado, enclausurado, sem preocupação com a
sociedade é como se transformar em caramujo. Poucas coisas são mais nobres do
que a dedicação à coletividade, principalmente quando não carrega interesses
mesquinhos, mas ideais que têm como objetivo o bem estar público.
Quem achar que os políticos são em sua maioria,
incompetentes e pouco dignos de confiança, deve verificar se outros
profissionais como, por exemplo: banqueiros, médicos, professores, engenheiros,
advogados, policiais, comerciantes, metalúrgicos e outros, também não o sejam.
Pois, aquilo que se costuma chamar de “classe política” nada mais é que um
grupo de pessoas surgidas da própria sociedade.
“O mundo está repleto de resignados, de conformados,
de fatalistas - doentes – cujos corações se convencem a não mais lutar, a não
mais colaborar, a não mais esperar, mas a se recolher em tocas, aguardando o
desfecho da história e o fim do mundo. Julgam que a injustiça é tão grande e o
poder do mal tão ofensivo que de nada vale se incomodar e reagir. Se assim
fosse, o verdadeiro inimigo da sociedade não seria o violento, o terrorista, e
sim, o resignado”.
O sucesso de um professor depende de suas boas
qualidades pessoais. Assim, diria a todos que essas qualidades são essenciais para
que possamos trilhar os caminhos da nobre missão que escolhemos para nossas
vidas.
trecho do meu livro: A ARTE DE ENSINAR E APRENDER